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Mostrando postagens de 2010

Educação Infantil com Nota Baixa

A educação infantil brasileira merece nota 3,4, numa escala de zero a dez. A conclusão é da pesquisa "Educação Infantil no Brasil: avaliação qualitativa e quantitativa", realizada pela Fundação Carlos Chagas em parceria com o Ministério da Educação e o Banco Interamericano de Desenvolvimento, cujos resultados serão apresentados hoje e amanhã. Obtido com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo, o estudo mediu a qualidade da creche (de 0 a 3 anos) e da pré-escola (4 e 5 anos) em seis capitais de todas as regiões do País: Belém, Campo Grande, Florianópolis, Fortaleza, Rio de Janeiro e Teresina. A nota 3,4 demonstra que a qualidade do ensino infantil tem nível básico (de 3 a 5) - os outros estágios eram: inadequado (1 a 3), adequado (5 a 7), bom (7 a 8,5) e excelente (8,5 a 10). Foram avaliados 43 aspectos divididos nas seguintes áreas: espaço e mobiliário (média 3,1); rotinas de cuidado pessoal (4,1); linguagem e raciocínio (3,7); atividades (2.3); interação (5,6); estrut

Lugar de Ensinar ou Educar?

Pensar sobre a função da escola na sociedade é tarefa, hoje, repleta de dificuldades. Para muitos ela é fundamental, para outros pode ser substituída pela educação doméstica. Não há consenso, inclusive, se seu objetivo é ensinar ou educar, porque existe diferença entre o ensino e a educação. Ou não? Certa vez, desenvolvendo palestra num seminário que abordava a educação dos sentimentos, utizei o termo educador no lugar de professor, como aliás é de meu hábito. Uma professora solicitou a palavra e contestou: "Não sou educadora, sou professora. Formei-me para dar aula de língua portuguesa. Sou uma profissional do ensino". "Mas não deixa de ser, mesmo assim, educadora", pensei com meus botões (assim diziam nossos avós). Isso porque ela está em sala de aula lidando com pessoas em determinado estágio de desenvolvimento, e na medida em que interage com os outros, na posição de ensinar algo, ela é uma educadora, pois seu ensino e principalmente sua interação, têm significa

A Intenção é Boa, Mas ...

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que determina a instalação de bibliotecas em todas as instituições de ensino do país, incluindo públicas e privadas. De acordo com o texto, publicado no "Diário Oficial" da União nesta terça-feira (25), cada biblioteca deve ter, no mínimo, um título para cada aluno matriculado. A organização, a manutenção e o funcionamento desses novos espaços devem ser definidos pelas instituições. Ainda segundo a publicação oficial, as bibliotecas escolares devem contar com "coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta, pesquisa, estudo ou leitura". O prazo máximo para a instalação dessas bibliotecas é de dez anos. Bem, os dados oficias indicam que mais de 20% dos municípios brasileiros não possuem uma biblioteca púbica. Agora, como essa lei vai ser implementada? Temos bibliotecários em número suficiente? As escolas possuem espaço físico adequado? Os professore

Avaliação de Professores

Notícia saída do forno promete agitar o magistério: O Ministério da Educação (MEC) instituiu o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente. O ministério pretende realizar a primeira prova em 2011. Na primeira edição, poderão participar educadores dos primeiros anos do ensino fundamental (1º ao 5º ano) e da educação infantil. Segundo portaria publicada no Diário Oficial da União, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) ficará responsável pela prova, que será constituída de uma avaliação de conhecimentos, competências e habilidades. Uma consulta pública sobre o exame está aberta e terá duração de 45 dias, no site do Inep. A seleção será parecida com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O professor fará a prova e poderá usar a nota para ingressar em qualquer uma das redes de ensino que aderirem ao programa. De acordo com a portaria, os objetivos da prova são subsidiar a contratação de docentes para a educação básica dos estados e dos municípi

Dinheiro e Qualidade

Acaba de ser publicado resultado de pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que é órgão do Ministério da Educação (MEC), revelando que a quantidade de recursos destinados à educação não garante qualidade no ensino. A pesquisa comparou os gastos estaduais em cada aluno da rede pública anualmente e os resultados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). A conclusão é que o dinheiro explica apenas 50% dos resultados de desempenho de uma escola. O restante depende de boa gestão, projetos pedagógicos consistentes e envolvimento da direção, professores, funcionários e pais. Na análise dos resultados fica claro que o dinheiro é fator diferencial para municípios mais pobres, que efetivamente melhoram o ensino a partir da aplicação de volume maior de recursos financeiros, mas esse diferencial fica quase nulo em municípios mais ricos, onde o que mais vale é boa gestão, projeto pedagógico e envolvimento. Onde a qualidade

Miopia da Mídia

Dê uma passada nos principais sites de notícias, sejam eles portais independentes ou vinculados a mídias impressas (jornais e revistas), e clique em "educação" - isso é, quando existe esse link no menu -, e você, caro leitor, verificará que a maioria considera que educação é sinônimo de vestibular. São notícias e mais notícias ligadas a vestibulares e faculdades, e quase nada com relação ao ensino médio, ensino fundamental e educação infantil. É triste observar que a mídia possui a mesma miopia do Ministério da Educação, que relega o ensino básico para as esferas estadual e municipal, numa distorção histórica que provoca inúmeros malefícios para o desenvolvimento do ser e da nação. Bem, reclamar da mídia é um pouco sem propósito, afinal ela considera que ensino fundamental só dá notícia quando um aluno agride um professor e vice-versa. Lamentável distorção de valores originada no descaso que temos com relação a educação moral do homem, com sua formação do caráter e seu desenv

Hipocrisia e Corrupção

Em pouco tempo o Prouni está mostrando uma faceta do ensino superior que poucos ousam comentar: a hipocrisia. O programa foi criado para financiar estudantes originários de famílias de baixa renda para estudar em faculdades particulares. Além de pagar a mensalidade do curso, o estudante pode ter direito a uma renda mensal, hoje estipulada em R$ 300,00. A ideia pode ser boa, mas acontece que são as próprias instituições particulares de ensino superior que indicam os alunos bolsistas, e, assim, está aberta a porta para a corrupção e falsificação dos dados comprobatórios. É o que mostrou reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, exibido ontem, 2 de maio. Hipocritamente, alunos, pais, coordenador e reitor fizeram alegações fora de propósito. Felizmente eles perceberam que estavam em erro e solicitaram ao Ministério da Educação o desligamento dos alunos do programa. Menos mal, podemos dizer, mas durante o tempo em que o esquema funcionou, lesaram muitas pessoas e os cofres públicos, e

Pulseira do Sexo

Pulseiras coloridas de silicone estão enfeitando os braços de nossas crianças e adolescentes. Custando apenas alguns centavos, são vendidas às centenas em bancas e pequenas lojas diariamente. Aparentemente apenas um enfeite como qualquer outro, uma moda que depois será substituída por outra. Não é bem assim. Há aproximadamente dois anos essas pulseiras foram batizadas, na Inglaterra, com códigos sexuais. Cada cor significa uma ação sexual que o usuário aceitaria fazer, caso a pulseira seja arrebentada por alguém. Vai desde um simples "selinho" até chegar ao extremo do ato sexual. É por isso que são conhecidas como pulseiras do sexo. O funcionamento é simples. A criança, ou adolescente, está na rua, ou na escola, e alguém se aproxima e arrebenta a pulseira, com um forte puxão. Esse alguém pode ser um colega ou uma pessoa adulta. Arrebentada a pulseira, isso significa que seu portador está obrigado a fazer a ação sexual com a pessoa. Se você é pai ou mãe, pode imaginar seu filh

Orientação da Sexualidade

Nova polêmica educacional está no ar: a inserção no ensino fundamental, a partir dos 7 anos de idade dos alunos, da disciplina educação da sexualidade. Os grupos pró e contra, tanto de professores quanto de pais já estão em formação, e experiências já realizadas por alguns países nesse campo estão em discussão. É uma questão importante. A sexualidade faz parte da vida humana e os jovens estão cada vez mais precocemente iniciando a vida sexual. E isso traz consequências que necessitam ser discutidas. A orientação sexual ou educação da sexualidade não pode ficar fora da escola, é o que pensamos, mas temos aqui algumas graves considerações: quais serão as diretrizes? a abordagem terá cunho apenas de saúde? e os valores íntimos sobre sexualidade do professor que vai ministrar as aulas? a disciplina será informativa ou formativa? e as convicções religiosas que interferem na vida sexual? Educação da sexualidade com um professor que defende o aborto, que incentiva a relação sexual aberta, que

Porque Devo Fazer Minha Parte

Nem sempre percebemos a importância da ação individual no contexto coletivo. Acreditamos que somos tão insignificantes no meio da multidão, que esquecemos que a não presença dos indivíduos torna impossível a existência da multidão. A montanha só existe porque milhões de grãos de areia, terra e outros minerais se aglomeram, compactam e tornam possível a maravilha que se ergue ao céu. O mar só existe porque milhões de gotas de água se confundem num todo, dando origem à riqueza diversificada das profundezas oceânicas. Assim também a sociedade humana, formada por milhões de indivíduos. Fazer a minha parte é fundamental em todos os setores da vida e, especialmente, fundamental na questão do equilíbrio e preservação do meio ambiente. Parece não ter nenhum efeito jogar o copo descartável no chão, ou despejar o lixo na beira de um córrego, afinal é apenas um copo, um único saco de lixo. Tem muito efeito, sim. Porque não sou apenas eu que faço isso, são milhares de pessoas, todos os dias, e tud

Desenvolvimento da Educação

Desde o ano 2000 o Brasil faz parte do compromisso Educação para Todos, assinado por mais de 160 países com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). O compromisso prevê o cumprimento de seis metas incluindo a universalização do ensino fundamental, a redução da taxa de analfabetismo e a melhoria da qualidade de ensino. Segundo relatório atualizado da Unesco, o Brasil está muito mal: ocupa a 88ª posição no Índice de Desenvolvimento Educacional (IDE). Milhares de crianças e jovens estão à margem do processo educacional nas escolas brasileiras. Não é de espantar. O governo federal dedica verbas vultosas para a construção civil, para a copa do mundo de futebol e para o ano olímpico no Rio de Janeiro, e não para a educação. Para esta gasta verbas em propaganda rádio-televisiva para dizer, através de artistas conhecidos do público, que a educação é o melhor legado para os filhos, carimbando a propagando com o selo do compromisso Educação para Todos. Será e

Direitos Humanos

Assistimos recentemente a tragédia humana ocorrida no Haiti por conta do terremoto que atingiu sua capital, e percebemos a mobilização internacional para socorro e resgate da população fortemente impactada. Equipes especializadas de socorro, mantimentos, remédios, água mineral, roupas, equipamentos foram deslocados com rapidez, num exemplo de solidariedade, deixando em segundo plano as questões políticas, culturais e religiosas. Passado o impacto e contabilizando-se as vítimas, mais de cem mil mortos nos dados oficiais da Organização das Nações Unidas, talvez chegando a duzentos mil como informa o governo haitiano, organiza-se a reconstrução da capital Porto Príncipe, e da estrutura do país. Milhões de dólares já estão alocados para essa nova etapa da solidariedade internacional. É uma mobilização que merece aplausos, entretanto, infelizmente ela só aconteceu após a tragédia, que estava anunciada há muito tempo. O Haiti é o país mais pobre das Américas. 80% de sua população vive abaixo

Temos o Maior Índice de Repetência

Em sua edição de 20 de janeiro, o jornal Zero Hora publicou a seguinte reportagem: "A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) divulgou ontem um relatório com números preocupantes para o Brasil. O índice de repetência no Ensino Fundamental atinge 18,7%. É o maior da América Latina e do Caribe, onde a média chega a 4,4%. O alto índice de abandono nos primeiros anos de educação também alimenta a fragilidade do sistema educacional do Brasil. Um grupo de 13,8% dos brasileiros larga os estudos já no primeiro ano do ensino básico. Nesse quesito, o país só é melhor do que a Nicarágua (26,2%) na região. Apesar disso, o Brasil está no grupo de países intermediários em relação ao cumprimento de metas sobre acesso e qualidade de ensino estabelecidos pela organização. O país ocupa a 88ª posição em um ranking de 128 países. Em 2000, mais de 160 países assinaram o compromisso Educação para Todos, que previa o cumprimento de seis metas incluindo a universalização

Educadores da Humanidade

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É com prazer e alegria que informo a todos os meus leitores o lançamento do livro Educadores da Humanidade, de minha autoria. Educadores da Humanidade, histórias e pensamentos sobre a essência da educação, um livro para fazer você sonhar, se encantar e renovar sua prática educacional na família e na escola. Traz a vida, obra, bibliografia e pensamento de educadores que fizeram mudanças na história da humanidade: Celestin Freinet Comênio Jean-Jacques Rousseau Jean Piaget Jiddu Krishnamurti Johan Heinrich Pestalozzi Leo Buscaglia Maria Montessori Paulo Freire Pierre Weil Rudolf Steiner Sathya Sai baba E ao final de cada capítulo, você irá saborear uma entrevista inédita, com base nos escritos deixados pelo educador. Educadores da Humanidade, lançamento em E-book ao preço de R$ 9,90. Visite agora a Loja Virtual www.marcusdemario.com.br Com serviço Pag Seguro para sua comodidade e segurança.

Educação, Ecologia e Direitos Humanos

Aos meus amigos e amigas que acompanham o blog Análise & Crítica, estou de volta, após um merecido tempo de descanso. Os artigos, notícias e outros eventos relacionados ao conteúdo do blog voltam ao normal a partir desta data, mas com uma novidade: agora os textos vão abordar, além da área educação, também as áreas ecologia e direitos humanos. Fique ligado! Um grande abraço e até a próxima postagem.